"Deixe Me Ver" é um projeto de conclusão de curso de design gráfico.
Este projeto tem como intuito divulgar o trabalho de artistas nacionais e também chamar a atenção para a importância da ilustração como forma de empoderamento de grupos socialmente oprimidos. Além disso, propõe dicas sobre representatividade na ilustração para todos os artistas, iniciantes ou nem tão iniciantes assim.
"Deixe Me Ver" é um projeto de conclusão de curso de design gráfico.
Este projeto tem como intuito divulgar o trabalho de artistas nacionais e também chamar a atenção para a importância da ilustração como forma de empoderamento de grupos socialmente oprimidos. Além disso, propõe dicas sobre representatividade na ilustração para todos os artistas, iniciantes ou nem tão iniciantes assim.
por Caroline Monroe
"Deixe Me Ver" é um projeto de conclusão de curso de design gráfico.
Este projeto tem como intuito divulgar o trabalho de artistas nacionais e também chamar a atenção para a importância da ilustração como forma de empoderamento de grupos socialmente oprimidos. Além disso, propõe dicas sobre representatividade na ilustração para todos os artistas, iniciantes ou nem tão iniciantes assim.
por Caroline Monroe
por Caroline Monroe
Renata Nolasco
instagram.com/atxnolasco
Todas as imagens neste site foram utilizadas com permissão da artista. Caso queira reproduzir alguma delas, entre em contato com ela.
Pra você, o que é representatividade?
Identificação do sujeito com a obra/imagem/meio. É se ver e ver o seu dia-a-dia, suas experiências, retratas de forma fiel e não caricata. Propagar a realidade de um grupo.
Você acredita que os artistas têm tido uma maior preocupação em fazer trabalhos onde exista representatividade?
Sim, pois lentamente estamos nos dando conta de que o mundo não é formado exclusivamente de homens brancos, héteros e cis. E se o mundo não é formado exclusivamente de homens brancos, héteros e cis, por quê deveríamos aceitar que essa seja a única realidade nos apresentada? As demandas das minorias de poder por verem o seu mundo nessas obras tem feito com que os artistas percebam a importância da representatividade (e, infelizmente, também da representatividade capitalizada), assim como o mercado se abrir para artistas que não sejam exclusivamente homens brancos, héteros e cis.
Quais são os desafios de trabalhar com representatividade? Existe algum cuidado especial?
Acredito que seja importante que exista representatividade em obras ficcionais porque o mundo não é feito por pessoas iguais, mas muitas vezes eu não faço parte de grupo de pessoas minorizadas (como negros e trans, por exemplo). É sempre difícil escrever ou ilustrar um grupo do qual você não faz parte, por receio de cair na caricatura. Mas se você tem essas pessoas no seu convívio social, então conversar, conhecer e entender normalmente já basta para clarear a mente - se você não tem essas pessoas no seu convívio social, então alguma coisa está errada. E é sempre importante deixar que esses grupos falem por si mesmos. Não acredito que apenas mulheres devem falar sobre mulheres ou apenas LGBTs falarem sobre LGBTs, mas quando a maior parte das vozes e a liderança da representação de mulheres e LGBTs não vem de mulheres e LGBTs, corremos o risco daquela representatividade espelhada, do que o Outro vê quando olha para a minoria. Acredito que meu maior cuidado seja a veracidade do que represento e de não estar pisando no lugar de ninguém que tem mais respaldo do que eu para falar sobre aquilo.
Sobre o seu trabalho, o que te estimulou a fazê-lo? Você sente que ele tem impacto social?
Olha, indignação princialmente (haha). Não sinto tanta vontade de ilustrar coisas que me fazem sentir bem, só vivê-las me basta, mas às vezes o gatilho da vida real é tão pesado que para não gritar a gente tem que colocar no papel. Também achei principalmente nas tiras um meio didático de abordar certos temas, o velho "entendeu ou quer que eu desenhe?". E o impacto social sempre existe quando a gente cria alguma coisa e compartilha isso, mesmo que pequeno. Influencia nossos amigos, familiares... Nos últimos meses, com a onda direitista no nosso país, sinto as mudanças principalmente nos comentários na minha página. Antes, não tinham tantos comentários raivosos. Hoje, é só o que tem.
Nesse contexto, qual conselho você daria pra um artista?
Divulgue. Não escreva ou ilustre para si, escreva e ilustre sobre si e coloque isso no mundo. Precisamos nos ver, compartilhar e nos amar mais.